11.9.12

Por dentro da Chacina da Chatuba.


 A pergunta que não quer calar.
Ninguém sabia que ali havia uma boca de fumo?
Quando as armas entraram lá na comunidade?
Quem é o Delegado da área? O comandante do Batalhão?
A pergunta;
ELES NÃO SABIAM DE NADA????
Só em função desta chacina é que a Segurança pública vai se mobilizar, ou seja, enquanto  as pessoas que estavam à frente do grupo de venda de drogas, fortemente armados, opressores, violentos e provavelmente violentando a comunidade não produzissem uma barbárie eles não seriam incomodados pela segurança pública.   
Por que não houve uma ação orquestrada, constante, permanente de presença das forças de Segurança, Educação, Ação Social, Saúde, Habitação...
Estava tudo bem?
Se não houvesse a chacina a denunciar o abandono do estado, as coisas continuariam como estão.
É isto mesmo?

Há muito mais coisa à ser revirada neste pântano que é a segurança pública em nosso estado que a triste constatação de uma chacina... Muitos jovens morrem e continuam morrendo enquanto fingimos que não sabemos que as forças de segurança se alimentam destes jovens varejistas de drogas, enquanto fingimos que eles agem sós e que sejam donos, enquanto fingimos que os donos da droga  não sejam igualmente responsáveis por todo este cenário macabro que transforma jovens pobres, em sua grande maioria negros, quase sempre abandonados pelo estado, donos de coisa nenhuma, nem de suas vidas, em donos do tráfico de drogas.
Que haja justiça, mas que não finjamos achar que os malfeitores sejam somente os rapazes que apertaram os gatilhos, que entendamos que os donos das armas, os que se alimentam do lucro da venda de armas e drogas, também sejam alvo deste sentimento de revolta que nos assola.
No mais...
Força as famílias, Fé em Deus e resignação(se isto é possível) e que a tragédia sirva-nos de desejo de mudança que só virá quando entendermos que a classe dirigente deste país, em parte, foi colocada  onde estão por cada um de nós ou simplesmente por nossa omissão.
A saída, ou melhor, uma das saídas possíveis é a busca de uma formação de consciência crítica de nossa juventude, para que estes não legitimem estruturas de poder que de alguma forma hoje determinam, ainda que parcialmente,  a ordem das coisas.  



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