Interessante
o sentido desta frase, ainda que hoje eu trocasse a palavra’’jornal’’ por mídia, visto que o processo
midiático aprofundou-se bastante. Contudo, o mais interessante é a lógica de chamar a atenção para a dinâmica de como os ícones insuflados
midiaticamente são os nomes que, via de regra, pertencem à estrutura de poder e
os nomes que reagem a estrutura opressora do poder não são vistos em nenhum
canal midiático.
Não
vemos no horário nobre declarações impactantes de figuras que ousam questionar
o modelo posto. Outrora Malcolm X, John Lennon, Gandhi, Che Guevara, que
recentemente tenho visto criminosamente em uma camiseta com nariz de palhaço, certamente
que nunca deparei com uma camiseta desta nas ruas a única vez que tive o
desprazer de ver tal aberração foi na televisão, no horário nobre, em um ator
meio comediante, meio ator, meio coisa nenhuma... Voltando aos nomes próprios,
Paulo Freire, Fidel, Neruda, Aliende, Rosa Luxemburgo, Hannah Arendt... Usando
novamente o termo de Malcolm; Estes nunca são vistos nos ‘’jornais’’. Mas os
opressores, haaa ? Estes são catapultados
do anonimato para a fama imediata como se tivessem muito a contribuir para uma
sociedade mais justa. Empresários fraudadores, milionários, mas fraudadores, artistas
(ou quase artistas) milionários, sem caráter, mas milionários. Estes viram
ícones de uma sociedade injusta em que os injustiçados defendem e se sensibilizam
com os problemas dos seus opressores, o filho do milionário que em sua Mac
Laren a 200Km atropelou um ciclista, coitado do rapaz só porque é milionário
agora todos querem que a justiça seja feita.
Como assim? Não era pra ter Justiça?
A
apresentadora de Tv que declara ter sido violentada em sua infância... Milhares
de crianças são violentadas em seus direitos mais elementares, direito a saúde,
a alimentação, a educação de qualidade, haaaa? Já ia me esquecendo, estas
crianças não são milionárias.
Os
que insurgem e denunciam que crianças são violentadas não ganham espaço na
mídia, os que colocam que a injustiça do sistema é que cria uma sociedade em
que hajam estuprados e estupradores incólumes em decorrência de uma justiça que escolhe quem
condena, na maioria das vezes, em função
da condição social e não pelo crime propriamente dito.
No
ostracismo midiático de meus textos vou publicizando alguns destes nomes, viva
Anísio Teixeira salve Darcy Ribeiro e deus torne eterna as palavras de Ferrer
Guardia e as reflexões de Luther King.
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