8.2.11

Evento Adiado para o dia 26/02

Faz algum tempo venho buscando informações, leituras, interlocuções com participantes das comunidades que passam pela intervenção do estado através das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), este diálogo que venho tentando estabelecer ocorre, via de regra, com segmentos específicos destas comunidades, à saber; jovens de até 18 anos que já tenham tido algum conflito com a lei, líderes comunitários, trabalhadores, usuários de drogas, pequenos comerciantes, estudantes universitários que residem nestas comunidades, jovens negros, jovens mães, e outros segmentos que posteriormente com a estruturação do trabalho pretendo explicitar.


Pois bem, tenho buscado ouvir vozes dissonantes da concordância generalizada pela qual passa a sociedade brasileira, pois confesso tenho muito medo das unanimidades.

O que verifiquei e continuo confirmando in loco é um cenário predominantemente de dúvidas e não de certezas no futuro que se avizinha. A presença da polícia ainda navega em terreno farto de incertezas, não são poucos os relatos de abusos da já crescente prática viciosa que bem conhecemos, aliás, prática esta responsável direta pelo quadro que ora é combatido por esta mesma polícia. Certamente, que não é a histórica prática reprovável de nossa polícia a única razão deste dantesco quadro, contudo esta é sem dúvida uma das fortes razões para esta situação. Teríamos ainda que falar da Educação, Saúde, Saneamento básico...

Destaca-se neste processo a participação convincente e nada imparcial da Mídia que faz deste momento um grande espetáculo midiático. Decerto que vivíamos um momento sui generis em relação à violência do comércio varejista de drogas, que impunha, e ainda impõe seu domínio através da ostentação de um alarmante poderio bélico. Vale destacar que esta condição de violência se fundava, e ainda se funda, na ausência das forças de segurança pública que desta forma acabavam, e ainda acabam, por viabilizar tal condição, ou seja, a ausência, ou a inoperância das forças de segurança pública seriam o elemento fundamental para a ''autorização'' deste comércio, travestido de crime organizado.

Particularmente assisti a brilhante entrevista do Prof. Luiz Eduardo Soares na Tv Cultura, no programa Roda Viva que vai ao ar todas as segundas-feiras naquela emissora. Também tive a oportunidade de ouvir e debater com o Dep. Estadual Marcelo Freixo que assim como o Prof. Luiz Eduardo tem feito uma fala muito contundente em relação ao processo pelo qual passamos na cidade do Rio de Janeiro.

Ainda que estas interlocuções não sejam definitivamente contrárias as novas intervenções da segurança pública, exceto o posicionamento do Dep. Marcelo Freixo, salvo algum engano de minha interpretação, que tem se colocado claramente avesso a este modelo de intervenção, vale o destaque de que ambos interlocutores trazem novas indagações para este debate.

Como forma de explicitar alguns dos dados que ora venho compilando e igualmente trazer novas indagações para este debate é que pretendo ao produzir uma breve exposição sobre a história da polícia e ao mesmo tempo comparar esta história, suas mudanças, trazer a pauta alguns de seus equívocos, seus acertos com os interlocutores que estarão presentes no referido evento,

Gostaria de contar com sua presença, contudo posteriormente divulgo imagens e textos referentes a minha exposição,

Abraços,



Um comentário:

  1. Concordo plenamente quando voce fala do espetáculo midiático que é feito em torno deste tema. O Programa de Unidade de Polícia Pacificadora está muito longe de ser o que estes meios de comunicação, em meio à uma classe média (por eles) apavorada, tem difundido entre nós. Destaca-se, também, que nós cariocas e fluminenses não somos mais ou menos violentos que quaisquer outros brasileiros, como a indústria da comunicação quer nos fazer parecer.

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