16.2.11

A biografia de Paulo Freire confunde-se com o Histórico de EJA.


Ao discutirmos Educação de Jovens e Adultos, faz-se necessário conhecermos um pouco da história do Educador Paulo Freire. Convém ressaltar que a história deste pernambucano, não se reduz a este segmento da Educação, contudo não se poderia aprofundar o conhecimento deste campo sem se fazer o devido reconhecimento.

Um pouco de Paulo Freire.

Este pernambucano que nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Ainda muito cedo se viu obrigado a conviver com uma realidade diferente da que ele havia conhecido originalmente. Com o agravamento da crise econômica mundial em 29 recebe, neste mesmo período, a notícia da morte de seu pai, quando ainda tinha 13 anos, Paulo Freire passa então a conviver com dificuldades econômicas. Ainda assim, formou-se em direito, embora não tenha seguido a carreira, este amável educador já indignado com as disparidades sócio-econômicas que fora obrigado a conhecer, vai gradativamente encaminhando sua vida profissional para o magistério. Desde muito cedo começa a questionar o papel elitista da Educação brasileira, e consequentemente inicia uma observação da prática pedagógica desenvolvida no interior desta escola. No início da década de 60, mais precisamente, em 1963, em Angicos (RN), coordena um programa que viria alfabetizar 300 pessoas em um mês, o impacto desta iniciativa foi fulminante, em sua vida, e na vida de todos educadores brasileiros. Pode-se afirmar, sem exagero, que a Educação brasileira nunca mais seria a mesma. Á época ganha destaque, o que ficaria conhecido como método Paulo Freire, ainda que hajam discordâncias quanto a denominação de ‘’método’’, o próprio Paulo Freire chega a verbalizar que não havia elaborado ‘’um método’’, no máximo, algumas orientações que ajudariam na alfabetização de adultos. Independente da nomenclatura, convém o destaque daquela formatação por ele desenvolvida. A sugestão das palavras geradoras, em detrimento de cartilhas que traziam realidades que não faziam parte da vida da maioria dos educandos, que eram seu público alvo; em sua maioria, pobres, negros, nordestinos. Que nunca foram à escola, ou a muito ausentes desta. Aí destaca-se uma de suas falas de efeito mais impactante. Para exemplificar o distanciamento deste material Freire usava o exemplo, farto em cartilhas da época, quando então citava de forma condenatória: ‘’Ivo viu a uva’’. E de forma poética, porém contundente, afirmava: ‘’ ... no nordeste praticamente não há meninos que se chamam Ivo, muito menos que tenham Uva em sua alimentação. Porém, poderíamos usar João, Pedro, Paulo e quem sabe jenipapos, cajás...’’ Este processo ele chamou de Palavras Geradoras, ou seja, a partir do próprio universo vocabular daquele segmento se daria a alfabetização, as palavras comuns seriam fragmentadas e a partir destas, outras seriam formadas; o Pe de Pedro é o mesmo Pe de Pedra, ao separarmos jeni-papo encontraríamos o papo, porém seria o da galinha... A este processo ele chamou de palavras geradoras. E é exatamente aí que reside a polêmica, para Freire este não seria o método Paulo Freire, e sim algumas orientações para o processo de alfabetização que se estabeleceria junto àquele público. Logo vieram novos convites, novos programas e novamente números surpreendentes. Ainda na década de 60, coordenaria o Plano Nacional de Alfabetização do governo João Goulart, com o golpe militar de 64 Freire é perseguido, preso no Recife, exilado na embaixada da Bolívia, no Rio de Janeiro e posteriormente em 68 viria a ser exilado do país, indo primeiramente para a Bolívia. Contudo, seu destino seria o Chile que lhe abriria uma longa carreira internacional, como também lhe permitiria condições para produzir aquela que seria a mais significativa de suas produções; Pedagogia do Oprimido. O reconhecimento internacional seria uma questão de tempo; Guiné Bissau, Cambridge(USA), Massachussetts(USA), Suíça... Seriam alguns destes lugares em que Paulo Réglus Freire iria propor uma Educação que rediscutisse a opressão que a escola deveria combater, ao invés de confirmá-la. Entre 1970 e 1975 transfere-se para Genebra, Suíça, para trabalhar no Conselho Mundial das Igrejas, caminha, fala, poetiza, convence, estimula, pelos cinco continentes. Com o processo de abertura democrática no Brasil, ainda no final da década de 70, Paulo Freire, agora cidadão do mundo, sobre forte aclamação popular, retorna nos braços de uma população que pouco o conhecia por ocasião do exílio. Sua atuação política, como a educação que ele propunha, não podia se abster da efervescência por qual o país passava, então ajuda a fundar o partido dos trabalhadores, do qual viria a ser secretário municipal de Educação na gestão da prefeita também nordestina daquele partido, Luiza Erundina. Durante esta gestão entre 1989 e 1991, cria o programa de alfabetização MOVA BRASIL, que vira uma referência para a alfabetização de jovens e adultos no Brasil. Nomeado doutor honor is causa de 28 universidades em vários países, com suas obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Partiu definitivamente em 1997, quando provavelmente foi alfabetizar alguns anjos que no céu davam expediente.

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3 comentários:

  1. Adorei a postagem e conhecer um pouco mais sobre a tragetória de Paulo Freire, estou lendo "A Pedagogia da Autonomia",muito bom. Grande abraço.

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  2. Grande exemplo a ser seguido!

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  3. grande exemplo a todos adorei!

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