Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914 em Sacramento -MG. Estudou dois anos em um colégio espírita, que tinha um trabalho voltado às crianças pobres, mas pela pobreza, não foi possível prosseguir na escola. Trabalhou na roça, foi empregada doméstica e, como tantos, migrou para São Paulo, em busca de uma vida melhor. Lá morava em uma favela, onde escrevia, escrevia, escrevia sempre que podia nos cadernos usados e papeis rasgados que achava no lixo, somando mais de quatro mil páginas sobre a vida que conhecia, a favela, a cidade grande.
Descoberta por um jornalista, Carolina lançou em 1960 o livro "Quarto de Despejo". Essa sua primeira obra vendeu mais de dez mil exemplares na primeira semana e já foi traduzida em treze idiomas. Retrato autobiográfico pungente, seco, às vezes desesperado, da circularidade pela sobrevivência.
"Quarto" é o relato da opressão feito pela pessoa oprimida, uma mulher sozinha sustentando seus três filhos. Ali muitas vezes se vive de teimosia, por viver, porque sim, pelos filhos. A vida dói. Mas a vida segue.
Essa escritora negra conheceu o sucesso, mas um sucesso ambíguo. Não se deslumbrou com as novas chances. Falou sobre os negros, sobre a miséria, sobre as injustiças, do modo que podia e sabia.
Criticada por sua forma de escrever, esquecida pelos novos tempos de ditadura, que não apreciava crítica social, Carolina morre em 1977, na pobreza. "Catei papel, catei lixo, catei tudo. Só não catei felicidade", escreveu ela.
Carolina, a vida dói, mas vale a pena.
Escrito pela fantástica MULHER Maria Helena Zamora
Descoberta por um jornalista, Carolina lançou em 1960 o livro "Quarto de Despejo". Essa sua primeira obra vendeu mais de dez mil exemplares na primeira semana e já foi traduzida em treze idiomas. Retrato autobiográfico pungente, seco, às vezes desesperado, da circularidade pela sobrevivência.
"Quarto" é o relato da opressão feito pela pessoa oprimida, uma mulher sozinha sustentando seus três filhos. Ali muitas vezes se vive de teimosia, por viver, porque sim, pelos filhos. A vida dói. Mas a vida segue.
Essa escritora negra conheceu o sucesso, mas um sucesso ambíguo. Não se deslumbrou com as novas chances. Falou sobre os negros, sobre a miséria, sobre as injustiças, do modo que podia e sabia.
Criticada por sua forma de escrever, esquecida pelos novos tempos de ditadura, que não apreciava crítica social, Carolina morre em 1977, na pobreza. "Catei papel, catei lixo, catei tudo. Só não catei felicidade", escreveu ela.
Carolina, a vida dói, mas vale a pena.
Escrito pela fantástica MULHER Maria Helena Zamora
Nenhum comentário:
Postar um comentário