20.4.10

Para as turmas de Psiciologia...

A idéia de trabalharmos neste momento com o que venho chamando de Papel da Educação, modelo educacional, desenho da Educação... Tem por objetivo oportunizar ferramentas que tornem possível uma análise mais verossímil do quadro educacional que iremos encontrar na condução da prática pedagógica. Costumo afirmar que em alguns casos, e não possuo elementos para precisar em que grau, as disciplinas pedagógicas tendem a trabalhar a formação do(a) aluno(a) mantendo uma distancia entre a aquisição de conteúdos e subseqüente transposição deste conhecimento para uma prática pedagógica, em especial, no que concerne a definição dos papeis que são desempenhados por uma ou outra inclinação pedagógica. Partindo da premissa de que a Educação não é neutra é que ela cumpre um papel de reprodução ou crítica, desafios ou acomodações, indignação ou aceitação algumas iniciativas pedagógicas são apresentadas com o intuito de elucidar esta característica da educação.

Concomitantemente a apresentação destas iniciativas, também são apresentados autores que defendem esta dinâmica inovadora. A Educação em ciclos, a LDB que sugere a transversalidade de temas que sugiram uma educação mais humanizadora, o sistema de cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Escola da Ponte em Portugal são alguns dos temas explorados em sala.

Ao analisarmos algumas propostas pedagógicas acessamos um conjunto de materiais que explicam do ponto de vista histórico, metodológico, pedagógico em que nível estas iniciativas podem caminhar em uma ou outra direção. Neste sentido, o(a) aluno(a) se apropria de um conjunto de informações que lhe coloca frontalmente diante de uma escolha, da assunção de um papel. Este talvez seja o objetivo principal deste primeiro momento, ou seja, mostrar que a educação não é um terreno neutro que não daria certo em função de uma ação mal executada, ao contrario, o elemento que define o sucesso ou fracasso do modelo educacional em curso é a intenção deste modelo.

Portanto, a idéia é que o aluno comente este texto introdutório e diga em que momento deste curso teve alguma discordância, surpresa, convencimento ou aceitação e se a partir destas percepções a sua análise sobre a educação sofreu alguma modificação. Posteriormente irei analisar os comentários, bem como, trabalharei novos textos.

13 comentários:

  1. Como o senhor diz no texto, há uma distância entre a aquisição de conhecimentos na sala de aula e a futura aplicação desses conhecimentos na nossa prática pedagógica. Essa talvez seja a minha maior dificuldade diante de alguns conteúdos do "Desenho da Educação", pois quase sempre surge aquela dúvida: afinal, em que momento eu poderei aplicar essas intuições interessantes; em que momento eu efetivamente estarei fazendo uma escolha entre repetir o modelo ou subverter o que está errado?

    O que eu aprendi nessas poucas aulas de "Psicologia da Educação" é que o professor deve ser um pensador engajado, pois a sua postura como estimulador do conhecimento pressupõe uma posição ética, da qual ele é cobrado a todo tempo. Não existe, ou não deveria existir, o professor alienado, porque ser professor é sempre refletir sobre realidade de seu trabalho como educador.

    Espero que, mesmo distante da prática pedagógica efetiva, as aulas de "Psicologia da Educação" me ajudem a pensar qual é o meu papel em frente de uma sala de aula para que, desde já, eu tenha consciência de quais modelos pedagógicos eu inevitavelmente irei reproduzir e quais eu terei de subverter.

    Daniel Nunes Santos - Turma 13

    email: dreamingstill@hotmail.com

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  2. Fui contagiado pela ideia dos ciclos. Partir do desenvolvimento psicomotor da criança para a sua aprendizagem é uma vertente mal explorada e mal interpretada. Como a maioria das pessoas não-informadas sobre assunto, também achava que o sistema de ciclos era mais uma artimanha política para recebimento de verba pelo governo, mais fui convencido que aprendizagem não está "engessada" em séries pois deve-se levar em consideração os aspectos políticos-sociais nos quais os educandos estão inseridos. Punir uma criança por não ter os mesmos rendimentos que a maioria da turma é desrespeitar seu desenvolvimento a ela mesma. Também aprovo o sistema de créditos, como utilizados nas universidades, para os anos do fundamental e do médio.Fazer o educando repassar um "obstáculo" duas vezes, tendo ele já provado que foi capaz de transpo-lo uma vez, além de perda de tempo soa quase como uma punição. Respeitar o desenvolvimento psico-motor parece-me uma boa saída para uma realidade onde é impossível ter-se crianças muito parecidas - em questão de desenvolvimento - com situações extremas do Oiapoque ao Chuí.
    Fernando Batista de Souza.

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  3. Professor minha opinião sobre os ciclos e sobre cotas nas universidades sofreu em parte uma mudança após argumentações do texto e nas aulas porém o que convém abordarmos em sala e aprofundar na minha opinião seria como a escola de hoje que teoricamente estaria voltada para esta disputa capitalista até com base em algumas teorias criticas do curriculo ,como poderiamos tentar propor um modelo mais democratico que seria algo como exemplo da escola da ponte se no fim mesmo para os profissionais formados nas universidades o que fala mais alto é a disputa no mercado de trabalho. Como conseguiriamos implementar um pensamento critico nos alunos e ao mesmo tempo prepara-los para disputas da vida?

    luiz Fernando FISICA

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  4. Oi Luis Fernando,
    Sua concepção é a sua concepção e ponto.
    A demanda do mercado é outra história, não se trata de trabalhar sem perceber esta realidade, porém a Educação não pode pautar sua prática somente para atender a uma determinada imposição.
    Bem sabemos que não será fácil produzir uma Educação que não esteja vinculada aos desejos dos governantes, contudo este é o eterno dilema da Educação, ou seja, o projeto é pedagógico, certamente não será fácil agir de forma autônoma, porém ao produzir este projeto o educador não pode afirmar que: 'as coisas são assim, então meu projeto vai ser assim também'. Não conseguir implementar uma determinada ação, não significa que não vamos pensá-la de forma inteligente. Quanto aos governos, aceitá-la ou não, é o eterno movimento de tensão que devemos fazer. Fosse assim... Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro... Não teriam proposto um modelo educacional que discordasse da lógica dominante.
    Prof. Antonio Futuro

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  5. Bom, em nenhum momento da disciplina tive alguma discordância com o que foi passado, algumas surpresas talvez, mas o que importa é que estou convencido de que a educação neste momento precisa sofrer mudanças, seja com uma verdadeira implantação do sistema de ciclos, já que este sistema hoje não é posto em pratica como a teoria o descreve, ou seja com uma mudança nos métodos de avaliação de algumas escolas e ou professores, visando assim respeitar o tempo de aprendizagem de cada aluno e acabar com essa escola classificatória e excludente, que visa manter somente os melhores alunos em detrimento da educação e aprendizagem dos demais. É importante ressaltar que a educação precisa estar em constante mudança, e se o sistema atual não está dando certo, significa que passou do momento de buscar novas metodologias e aplica-las no processo educativo. Não posso avaliar com certeza se o momento atual de transformação da educação está surtindo alguns efeitos, sejam bons ou ruins, já que não tenho contato com a massa infantil que está sendo afetada por estas mudanças, mas uma coisa é clara, se toda esta mudança for levada a serio, se o sistema de ciclos for posto em pratica como na teoria, ou até mesmo melhorando o atual com os devidos acompanhamentos aos alunos com alguma certa dificuldade, veremos muito em breve os resultados, e tudo indica que serão muito bons se comparado ao que nos temos neste momento.

    Thiago Ramos Correia
    t: seg. n1n2
    curso: Química

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  6. Correçao do ultimo comentario
    Thiago Ramos Correia
    turma seg n5 n6
    psicologia da educação

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  7. Fernando luiz de souza oliveira
    turma de quarta às 07:00
    Biologia

    A verdade é que durante essas aulas estou aprendendo muitas coisas,até porque essa é a primeira disciplina de educação que eu estou cursando e eu não conhecia muita coisa sobre a situação atual da educação em nosso país.
    Saber sobre os ciclos de aprendizagem que se propõem a respeitar a maturidade psicobiológica da criança, as zonas de desenvolvimento,a questão das cotas e muito mais coisas a se pensar,me fizeram repensar a minha idea sobre educação,aquela educação tradicional a qual eu experimentei.
    Estou aprendendo a pensar como um educador, “as coisas não são assim,estão assim e do mesmo modo que mudaram de uma situação anterior para essa atual condição,tudo continua passível a mudanças.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Durante o curso de Psicologia da Educação, estive revendo alguns conceitos, como a questão dos Ciclos de aprendizagem, que na minha cabeça era apenas uma aprovação automática. Compreendi que a educação em ciclos, se aplicada de fato, (respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno) pode revolucionar o ensino. Discutimos também, o papel do professor e da escola na educação. Além do papel de socializar, a escola deve encontrar soluções para uma sociedade mais justa. O professor deve fazer o aluno pensar, desenvolver o saber crítico.
    Achei muito interessante o vídeo do Ken Robson “Escolas matam a criatividade?”. Ele me fez refletir a realidade sobre a relação professor / aluno. Infelizmente, os professores acabam estigmatizando o erro, estão sempre em busca de um “aluno ideal”, uma espécie de robô que decora tudo o que foi exposto em sala de aula. Dessa forma, o aluno por temer errar não constrói o saber crítico. As crianças representam a esperança, por isso é tão importante ajuda-las a encontrar em si algo de bom, e não “matar” a sua criatividade. É preciso prepará-las para enfrentar o futuro, nesse contexto, o educador tem um papel fundamental, ele é o agente facilitador do processo e deve valorizar a capacidade crítica de seus alunos.

    P.S: Segue meu endereço eletrônico para atualização, pois não recebi nehum e-mail seu, pode ser que esteja errado...

    cicikissme@yahoo.com.br
    p.brito@oi.com.br

    Até mais!!!

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  10. Luiz Fernando - Fisica7 de junho de 2010 às 19:28

    Professor obrigado pelo comentario pois me auxiliou nas minhas duvidas e junto com outras contribuições das materias da faculdade de educação percebi que estava reproduzindo este pensamento excludente e desigual principalmente após ler o texto " reprodução ou critica" talvez agora possa tentar ajudar na melhoria deste sistema tão massacrante para o estudante

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  11. Professor, não recebi seu e-mail com o endereço do blog, mas pelo que percebe, eu o encontrei.

    Enfim, você disse que iria colocar algumas questões. Pois bem, essas eu não encontrei.

    Por favor, assim que colocar nos comunique.

    Em relação a esse texto introdutório:
    O que mais me fez refletir na aula foi a questão da cobrança das matérias dadas nas escolas, e do aproveitamento disso na nossa vida. Inclusive um texto que me chamou atenção foi "aprendendo a pensar". Realmente existem muitos professores que "cumprem" seu trabalho, sem se quer ter noção do que se acontece com os alunos. Ou melhor: será que esse é o trabalho que eles deveriam cumprir? Qual é o papel do professor na escola? Apenas "mostrar" aos alunos a matéria que a escola sugere no currículo, ou participar da educação e da formação psicológica e social daquele ser-humano?
    Em relação a educação em ciclos, me fez lembrar de algo que aconteceu comigo recentemente, e inclusive esqueci de comentar nas aulas.
    Eu tive uma pequena experiência em uma escola pública, onde participei de um projeto onde o objetivo era sanar as dificuldades que o aluno do primeiro ano do EM enfrentava devido a chamada "aprovação automática". Porém, o objetivo provavelmente não está sendo alcançado, e isso se dá ao descaso que os funcionários estão dando ao projeto, o qual inclusive, é dado por investimentos privados, que não tem nada a ver como governo.
    Enfim, espero lembrar de comentar isso nas aulas, e então posso trocar experiências por lá mesmo.
    O que queria enfatizar na verdade é o fato de que as pessoas buscam um motivo para o "fracasso" das escolas públicas, como foi dito em sala, e acabam culpando os alunos, e usam como justificativa o rendimento escolar. Mas que rendimento é esse que se baseia em "cuspe e giz"? Em matérias que não são bem colocadas; que não são tão fundamentais assim? Além disso, o que quero dizer é que para uma escola funcionar, existem muitos outros mecanismos e estruturas por trás dela. Não é só o aluno que faz uma escola. Existe o professor, a diretoria, a coordenação, secretaria, inspeção, etc. O aluno que deveria receber serviços dessas partes, enquanto na verdade isso não acontece. Ou será que os alunos que possuem arcabouço familiar é que são a solução para o tal "fracasso"?

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  12. Andrea N. psic.educ. 6ª noite12 de dezembro de 2010 às 03:36

    Miudex,
    Não se trata de colocar a culpa em alguém. Todos somos responsáveis. Mas em seu discurso vc coloca a culpa na escola e nos profissionais que a compõe. Penso que a questão é muito mais ampla.

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  13. Andrea N. psic. educ. 6ª noite12 de dezembro de 2010 às 03:52

    Quanto aos encontros de Psicologia da Educação, nooossa! Quantas contribuições: Reforçou a idéia que tinha sobre Ciclo de formação, que respeita o tempo diferenciado da criança, e que estava abalada, por uma gestão que visa somente dados estatísticos, e estes mostraram que produzimos muitos analfabetos no Município do Rio de Janeiro.
    Contribuiu para o primeiro capítulo da minha monografia, onde faço um panorama histórico da educação no Brasil, sempre servindo a interesses da classe dominante.
    E principalmente, pela primeira vez em uma aula na Educação a minha prática docente foi valorizada e questionada e não diminuída ou posta de lado. Questionada no sentido de estar refletindo sobre o que acontece no cotidiano escolar, onde até possso estar reproduzindo uma ideologia dominante, mas agora, de forma crítica e consciente.

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