18.7.12

O profissional da Educação Fluminense para sobreviver com dignidade é obrigado a assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, na prática, não faz nenhuma das duas coisas bem feita.


É fato que Professores se ‘desdobram’ em mais de quatro escolas e desta forma não há como cobrar qualidade, pois como lembro sempre:
O Único animal na natureza que anda, voa e nada é o Pato e faz as três ações muito mal feitas. Enquanto outros animais que não voam, correm muito bem, há os que não vão a terra, porém são ágeis na água e assim sucessivamente... O Pato é o único que faz tudo e faz tudo mal feito.
Creio que o Professor Fluminense esteja vivendo a Síndrome do pato, ou seja, faz tudo e não faz nada. Assovia e chupa cana.
E os dirigentes que sabem que a solução para esta situação seria o aumento do salário não alardeiam esta situação, pois a publicização deste processo iria evidenciar a eminente situação financeira do professorado, que demanda uma prática pedagógica que induz ao baixo rendimento deste profissional.
Não fosse a responsabilidade da enorme maioria do Professorado estaríamos à beira do caus. A organização da categoria parece ser a única possibilidade de mudança imediata neste caótico cenário do magistério fluminense e brasileiro. Em boa matéria o Jornal o Dia expõe um pouco desta situação...
Vamos à matéria.
Censo Escolar da Educação Básica de 2011 revelou que 3.644 mestres dão aula em várias unidades para complementar renda
POR MARIA LUISA BARROS
Rio -  Para aumentar a renda  familiar, professores do Estado do Rio são obrigados a se desdobrar em várias escolas públicas e privadas. Dados do Censo Escolar 2011, divulgados pelo Inep, instituto de pesquisas do Ministério da Educação (MEC), revelam que 3.644 mestres trabalhavam em mais de quatro estabelecimentos de ensino. Outros 9.026 docentes dão aulas em mais de três colégios.
Os números mostram ainda que 5.753 profissionais lecionam mais de três disciplinas, sendo que 1.513 professores dão aulas de cinco ou mais matérias. É o caso do professor de Sociologia, Ciro Dantas, 44 anos, que dá aulas de Português, Biologia, Matemática, Física e Química, no Projeto Autonomia, da Secretaria Estadual de Educação, para jovens do Ensino Médio.
“Recebemos uma semana de treinamento para ensinar disciplinas nas quais não temos o menor domínio”, diz ele, que no ano passado trabalhava em quatro escolas e este ano, em três da rede pública.
“Já quis fazer pós-graduação, mas não sobra tempo, trabalhando das 7h às 22h, e acabo adiando”, diz Ciro. De acordo com o Censo, entre os 40.136 professores que dão aulas no estado do Rio, existem 1.695 docentes que não têm o Ensino Superior. A situação é ainda mais crítica para 18 mestres que têm apenas o Ensino Fundamental. O Ensino Médio foi concluído por 1.235 profissionais da educação.
A baixa qualidade do ensino público — o Rio ficou em penúltimo lugar no ranking nacional do Ideb — tem levado famílias a transferir filhos para escolas particulares. Em 2011, a rede privada ganhou 83 mil novas matrículas (358 mil no Brasil). A rede pública teve menos 165.410 alunos.
Saerjinho será aplicado nesta quarta
A Secretaria Estadual de Educação aplica hoje e amanhã provas do Sistema de Avaliação Bimestral (Saerjinho) para mais de 700 mil alunos do 5º e do 9º anos dos ensinos Fundamental e Médio. Além de Português e Matemática, turmas do Fundamental farão provas de Ciências. As do Ensino Médio farão de Química, Física e Biologia. O resultado do teste, instituído em abril de 2011, é usado para corrigir deficiências no aprendizado. 

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