25.4.12

A ideia das cotas é um reconhecimento do governo de que há diferenças nos modelos educacionais no país, não se trata de afirmar que esta ou aquela etnia não tem capacidade, ao contrário, quando se afirma que todos devem acessar a universidade é justamente afirmar que todos possuem condições de estarem ali. Contudo, o sistema educacional brasileiro produz realidades distintas e é extremamente hipócrita a prática dos vestibulares que sugerem que todos devem disputar as referidas vagas em condições de igualdade, como se todos tivessem tido a mesma formação no ensino fundamental, ou seja, não é a capacidade do indivíduo e sim um reconhecimento que as formações anteriores, à saber: Ensino Fundamental e Ensino Médio não foram iguais. Chega a ser uma prática covarde colocar no mesmo polo de disputa pessoas que tiveram uma formação infinitamente melhor que as outras, não é a capacidade que está em jogo é o preparo ao longo da formação. Certamente, que todos concordam que de uma maneira geral o ideal seria a melhoria do sistema de ensino, porém há uma realidade posta que é o fato do acesso ao sistema de ensino superior público, por conta das condições colocadas, estar majoritariamente ocupado pelos setores mais abastados que frequentaram as melhores escolas e consequentemente no momento da disputa com os jovens que viveram ao longo de suas jornadas escolares uma realidade adversa, estes setores mais abastados produzem os melhores resultados, ainda que saibamos que os jovens que produzem as menores notas mesmo que tenham passado no fatídico vestibular ao produzirem as menores notas ficam fora da Universidade. Portanto, ainda que entendamos que o ensino de uma maneira geral deva melhorar, também sabemos que este processo de cerca de quinhentos anos não irá ser resolvido nas próximas décadas, então fica a pergunta. 
Se os ensinos fundamental e médio não se reformularem nos próximos anos, o que fazer com os jovens que passam no vestibular, mas em função das razões colocadas, ficam fora da Universidade?

4 comentários:

  1. O sistema de cotas,na minha opinião,soa discriminatório. É como se dizer que negros e outras etnias não possuissem a mesma capacidade de conquistar vagas por conta própria do que pessoas de etnia branca. Até mesmo cotas para alunos de rede pública é falha já que dá a impressão que a situação precária nas escolas públicas podem ser resolvidas com meras cotas e não com atos governamentais úteis.

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  2. A ideia das cotas é um reconhecimento do governo de que há diferenças nos modelos educacionais no país, não se trata de afirmar que esta ou aquela etnia não tem capacidade, ao contrário, quando se afirma que todos devem acessar a universidade é justamente afirmar que todos possuem condições de estarem ali. Contudo, o sistema educacional brasileiro produz realidades distintas e é extremamente hipócrita a prática dos vestibulares que sugerem que todos devem disputar as referidas vagas em condições de igualdade, como se todos tivessem tido a mesma formação no ensino fundamental, ou seja, não é a capacidade do indivíduo e sim um reconhecimento que as formações anteriores, à saber: Ensino Fundamental e Ensino Médio não foram iguais. Chega a ser uma prática covarde colocar no mesmo polo de disputa pessoas que tiveram uma formação infinitamente melhor que as outras, não é a capacidade que está em jogo é o preparo ao longo da formação. Certamente, que todos concordam que de uma maneira geral o ideal seria a melhoria do sistema de ensino, porém há uma realidade posta que é o fato do acesso ao sistema de ensino superior público, por conta das condições colocadas, estar majoritariamente ocupado pelos setores mais abastados que frequentaram as melhores escolas e consequentemente no momento da disputa com os jovens que viveram ao longo de suas jornadas escolares uma realidade adversa, estes setores mais abastados produzem os melhores resultados, ainda que saibamos que os jovens que produzem as menores notas mesmo que tenham passado no fatídico vestibular ao produzirem as menores notas ficam fora da Universidade. Portanto, ainda que entendamos que o ensino de uma maneira geral deva melhorar, também sabemos que este processo de cerca de quinhentos anos não irá ser resolvido nas próximas décadas, então fica a pergunta.
    Se os ensinos fundamental e médio não se reformularem nos próximos anos, o que fazer com os jovens que passam no vestibular, mas em função das razões colocadas, ficam fora da Universidade?

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  3. Criar cotas é fácil. Melhorar a educação para que não se tenha mais necessidades destas é que é difícil.

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  4. A interpretação das pessoas sobre as cotas me assusta. A criação de cotas não é fácil, sobretudo, a racial. É estatístico. Negros ainda tem menos acesso à escola, o tempo de permanência na escola de um jovem negro é bem menor, comparado ao tempo do jovem branco. Jovens negros estão sendo exterminados todos os anos pela violência. É necessário o aprofundamento nas pesquisas antes de emitir opinião,mtas vezes sobre um recorte mal intencionado ou mal feito mesmo. Parabéns pela reflexão, professor. A chamada no face estava certa. Incomoda a quem?

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