16.12.11

Ato Público contra o recolhimento de Crianças na Cidade do Rio de Janeiro.

As vésperas do dia Internacional dos Diretos Humanos e próximo as festas do final do ano, momento em que normalmente a sociedade se mobiliza em prol das mazelas de nossa sociedade. Defensores dos direitos Humanos, que não se sensibilizam somente neste período, ao contrário, se mobilizam durante todo o ano, realizaram ato público no Rio de Janeiro, mais precisamente no dia 09/12 em frente a ALERJ (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), ao mesmo tempo em que outras 09 capitais do país, também se manifestavam contra a limpeza das ruas aqui disfarçada na forma de recolhimento e a internação compulsória de crianças e adolescentes em situação de Rua. A manifestação foi um ato de repúdio à política higienista e repressiva do governo municipal do Rj junto à população de rua.


E o objetivo principal desta manifestação era chamar a atenção da sociedade para uma prática higienista de uma prefeitura que preocupa-se em gastar pomposas quantias do erário público em ações de contemplação, embelezamento, favores, impropérios, campanhas milionárias, viagens desnecessárias, eventos infrutíferos para uma sociedade que tem nas escolas caindo aos pedaços, em um serviço de saúde precarizado e num transporte público operado por uma meia dúzia de empresários que deveriam ser incomodados por este mesmo poder público e, ao contrário, costumam ser contemplados cada vez que este entra em colapso.

Esta mesma sociedade que gosta de eventos, queima de fogos, festas religiosas, também necessita de hospital, escola, transporte público e de melhores oportunidades de inclusão. Porém, a prefeitura que não consegue, ou melhor, não deseja efetivar um modelo de sociedade mais inclusivo se vê as turras com uma das conseqüências mais gritantes de sua política de segregação e de acúmulo de capital que é a população de rua, em especial as crianças e adolescentes que, via-de-regra causam comoção popular ao mesmo tempo em que denunciam a falta de compromisso do governante em questão. A mensagem de uma criança dormindo na rua e deveras gritante e alarmante!!!

Ela, a criança, ao dormir nas calçadas revela, grita, anuncia:

                               - HÁ ALGO DE ERRADO ! ! !

As coisas não vão tão bem quanto falaram, há lama nas ruas e na política, pois se há recursos para os megaeventos porque não haveria para nos acolher, isto mesmo ACOLHER e não RECOLHER!!! Pois quem recolhe, limpa, esconde e ao mesmo tempo joga a sujeira para debaixo do tapete(sic), não resolve apenas esconde. A criança na rua revela a incapacidade do governante, é quando este resolve recolhê-la, não para acolhê-la, mas para escondê-la, para esconder sua falta de capacidade de governar para todos, pois apropriar-se do erário público para beneficiar alguns constitui tarefa fácil, difícil é governar para todos, para os que possuem capital e para os que foram desprovidos deste.

Neste sentido, é que um grupo de abnegados defensores dos Direitos Humanos, que lutam por mais e melhores condições humanas para todas as pessoas organizaram o ato, junto a outras organizações nacionais, tais como: A Campanha Nacional Criança Não é de Rua e, na capital do RJ, a Rede Rio Criança. As referidas instituições aproveitaram a oportunidade para denunciar a política desta prefeitura e a atuação do secretário de ordem pública(sic) Rodrigo Bethlem que notabilizam-se pela preocupação em empurrar para debaixo do tapete a evidências de suas incapacidades.

2 comentários:

  1. Muito bom artigo, Futuro!Essa é uma luta nossa antiga, e que apesar de estarmos em desvantagem na correlação de forças, não vamos nos silenciar, e sim, radicalizar! Gostei da sua frase: "Eles não qurem acolhê-las, mas sim escondê-las".
    (Márcia Gatto - Coordenação/Articulação da Rede Rio Criança)

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  2. - Resta uma pergunta a ser feita:

    "Qual a solução para tal problema?"

    - Sim, não concordo em nada com a política deste governo.

    - Porém, confesso que não vejo outra alternativa que não seja REcolher para então, depois, AColher.

    - Sem falar que tal problema é crônico, pois nem sempre o acolhimento e visto como um bem, pois na cabecinha da criança que nasceu e se criou na rua, o viver da forma que vive, representa uma liberdade --> A unica realidade que ela conhece.

    - Como se quebra isso? Como retirar este imaginário da cabeça de uma criança cujo os pais e avós sempre viveram nas ruas à mendigar o pão e usar drogas e álcool?

    - Na cabecinha dela --> A sociedade é o seu grupo e fora dele só há arrogância e exploração.

    - Particularmente espero ouvir(e aprender) as soluções que vocês poderiam me apresentar.

    (Belém, Márcio Messias - graduando em filosofia)

    \o/

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