Após uma reunião de cerca de três horas, a Universidade Federal do Rio de Janeiro decidiu, em votação apertada, nesta quinta-feira, restringir o acesso às vagas de graduação exclusivamente ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O antigo, ultrapassado e segregador vestibular da universidade já está anulado. Convém destacar, que as críticas no que tange o processo de vestibular se estende a todos os outros vestibulares em curso neste país. O reitor Aloísio Teixeira afirma ainda que 100% das vagas para a graduação de 2012 serão preenchidas pela prova aplicada pelo Ministério da Educação, com a confirmação de que 30% destas vagas serão preenchidas pelas cotas socias.
O Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ esteve reunido desde as 9h com representantes do Ministério da Educação para tomar a corajosa decisão. De acordo com o reitor, a ideia é unificar o sistema fluminense ao sistema federal.
Importante destacar que a execução de uma prova que privilegia as melhores notas, tende a minimizar a histórica e desigual oportunização à Universidade que sempre privilegiou os setores mais abastados da sociedade, que viam nos cursos pré-vestibulares, bem como, na opção pelas melhores escolas particulares a forma para garantirem a estes setores as vagas na referida Universidade.
"Pela primeira vez, veremos estudantes entrando por um sistema único, federal, na universidade. Criamos um ambiente de cooperação", disse o reitor.
Cerca de 40% das vagas para ingressar na universidade eram destinadas ao vestibular próprio da UFRJ. Ainda de acordo com o reitor, o número de vagas também deverá ser maior em 2012.
Este ano, o Enem será realizado nos dias 22 e 23 de outubro. A prova contará com 180 questões de múltipla escolha nas áreas de Linguagens; Códigos e suas Tecnologias (incluindo redação); Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
Portanto, fica a ideia de que toda(o) aluna(o) que concluí o Ensino Médio reúne condições para acessar o ensino superior, ainda que reconheçamos que exista uma grande defasagem cognitiva, conseqüência direta da negligência das autoridades em relação a Educação neste país, ainda assim, há um processo seletivo em que são identificados os jovens que além de terem concluído o ensino médio conseguem se destacar no ENEM. Pois bem, estas são condições razoáveis para identificarmos as possibilidades para que um jovem tenha o direito a ingressar em uma Universidade pública e gratuita. Privilegiar o acesso aos que tiraram as melhores notas no processo seletivo é sentenciar os menos abastados em relação às vagas nestas instituições de ensino. É preciso ter coragem para afirmar que basta ao jovem que concluiu o Ensino Médio tem condições de acessar o ensino superior, ao contrário, do que o vestibular prega, quando afirma: é preciso tirar a melhor nota. Este condicionamento vaga nota é apenas uma dissimulação da forma encontrada pelas elites de garantirem aos seus pares a continuidade de uma história de segregação historicamente defendida pelos setores mais abastados da sociedade brasileira.
Professor Antônio, inegavelmente concordo com sua colocação em aversão ao vestibular em certos pontos. Porém, uma questão ainda me martela à cabeça: Se a população brasileira - grande como é - não é capaz de ser absorvida pelas Universidades "respeitáveis"(aqui pontuo as públicas; não que particulares não o sejam, mas daí não seriam de domínio público, só dos que possuem melhores condições, idealmente) qual seria a melhor forma de absorver a parcela remanescente?
ResponderExcluirA meu ver, uma solução não tão simples - afinal, das opções em questão, nenhuma é, de fato, facilmente aplicada, certo? - seria a implantação de um sistema pré-vestibular mais eficaz. Preparando os que realmente querem tão eficazmente quanto as particulares, trataríamos com diferença os diferentes e seríamos, assim, iguais (citanto sua aula).
Deixo aqui a humilde questão e comentário de uma de suas alunas de Graduação.
Carolina Almeida - Turma de quartas, UERJ, Psicologia da Educação.