1.7.11

UFRJ da passo importante para o fim do Vestibular no Brasil!!!

Após uma reunião de cerca de três horas, a Universidade Federal do Rio de Janeiro decidiu, em votação apertada, nesta quinta-feira, restringir o acesso às vagas de graduação exclusivamente ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O antigo, ultrapassado e segregador vestibular da universidade já está anulado. Convém destacar, que as críticas no que tange o processo de vestibular se estende a todos os outros vestibulares em curso neste país. O reitor Aloísio Teixeira afirma ainda que 100% das vagas para a graduação de 2012 serão preenchidas pela prova aplicada pelo Ministério da Educação, com a confirmação de que 30% destas vagas serão preenchidas pelas cotas socias.

O Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ esteve reunido desde as 9h com representantes do Ministério da Educação para tomar a corajosa decisão. De acordo com o reitor, a ideia é unificar o sistema fluminense ao sistema federal.

Importante destacar que a execução de uma prova que privilegia as melhores notas, tende a minimizar a histórica e desigual oportunização à Universidade que sempre privilegiou os setores mais abastados da sociedade, que viam nos cursos pré-vestibulares, bem como, na opção pelas melhores escolas particulares a forma para garantirem a estes setores as vagas na referida Universidade.

"Pela primeira vez, veremos estudantes entrando por um sistema único, federal, na universidade. Criamos um ambiente de cooperação", disse o reitor.

Cerca de 40% das vagas para ingressar na universidade eram destinadas ao vestibular próprio da UFRJ. Ainda de acordo com o reitor, o número de vagas também deverá ser maior em 2012.

Este ano, o Enem será realizado nos dias 22 e 23 de outubro. A prova contará com 180 questões de múltipla escolha nas áreas de Linguagens; Códigos e suas Tecnologias (incluindo redação); Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.

Portanto, fica a ideia de que toda(o) aluna(o) que concluí o Ensino Médio reúne condições para acessar o ensino superior, ainda que reconheçamos que exista uma grande defasagem cognitiva, conseqüência direta da negligência das autoridades em relação a Educação neste país, ainda assim, há um processo seletivo em que são identificados os jovens que além de terem concluído o ensino médio conseguem se destacar no ENEM. Pois bem, estas são condições razoáveis para identificarmos as possibilidades para que um jovem tenha o direito a ingressar em uma Universidade pública e gratuita. Privilegiar o acesso aos que tiraram as melhores notas no processo seletivo é sentenciar os menos abastados em relação às vagas nestas instituições de ensino. É preciso ter coragem para afirmar que basta ao jovem que concluiu o Ensino Médio tem condições de acessar o ensino superior, ao contrário, do que o vestibular prega, quando afirma: é preciso tirar a melhor nota. Este condicionamento vaga nota é apenas uma dissimulação da forma encontrada pelas elites de garantirem aos seus pares a continuidade de uma história de segregação historicamente defendida pelos setores mais abastados da sociedade brasileira.

Um comentário:

  1. Professor Antônio, inegavelmente concordo com sua colocação em aversão ao vestibular em certos pontos. Porém, uma questão ainda me martela à cabeça: Se a população brasileira - grande como é - não é capaz de ser absorvida pelas Universidades "respeitáveis"(aqui pontuo as públicas; não que particulares não o sejam, mas daí não seriam de domínio público, só dos que possuem melhores condições, idealmente) qual seria a melhor forma de absorver a parcela remanescente?
    A meu ver, uma solução não tão simples - afinal, das opções em questão, nenhuma é, de fato, facilmente aplicada, certo? - seria a implantação de um sistema pré-vestibular mais eficaz. Preparando os que realmente querem tão eficazmente quanto as particulares, trataríamos com diferença os diferentes e seríamos, assim, iguais (citanto sua aula).
    Deixo aqui a humilde questão e comentário de uma de suas alunas de Graduação.
    Carolina Almeida - Turma de quartas, UERJ, Psicologia da Educação.

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