24.7.11

Porto do Açu, O Governador e a Educação.

Localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e em construção desde outubro de 2007, o Superporto do Açu é composto por dois conjuntos de terminais que juntos totalizam 17 quilômetros de cais: TX1, correspondente aos terminais offshore, e TX2, um desenvolvimento do canal interno de navegação com 3,5 quilômetros de extensão com mais de 13 mil metros de cais, largura 300 metros de largura e até 18 metros de profundidade. com um investimento conjunto de mais de US$ 40 bilhões nos seus empreendimentos e geração de cerca de 50 mil empregos na região

O projeto norteará, segundo a lógica do favorecimento unilateral, o desenvolvimento econômico fluminense, contudo há razões para acreditarmos que o social e o ambiental podem não estar no leque de preocupações associadas a esse crescimento. A estimativa atual é de que o empreendimento gere cerca de 60 mil empregos diretos, o que, pelo cálculo do próprio governo, seriam 240 mil empregos indiretos para a região. O volume e a diversidade do projeto induzirão a um forte movimento de atração de novas empresas e de mão de obra qualificada para atender a demanda das empresas. Ainda que não se discuta, em momento algum, qual o nível de inclusão das oportunidades sociais para o conjunto mais amplo da sociedade neste mega investimento.
Assista ao vídeo:

O que não podemos deixar de nos perguntar é se projetos sociais estão sendo desenvolvidos juntamente ou para favorecer a população, cerca de 30 mil habitantes, de São João da Barra. Até o momento, os moradores têm ocupado o papel de operários de construção. Aliás, esta é uma tônica do investimento do capital no Brasil, ou seja, a acumulação de capital e poder para uns e os papeis secundários e a perpetuação da pobreza para outros. A pergunta é; e depois que o Complexo estiver pronto e sua mão de obra não for mais útil? Em outras palavras, o papel que caberá aos moradores da cidade é o de construção da riqueza de uma minoria, assim como um dia a mão de obra escrava serviu para o enriquecimento dos colonizadores, latifundiários, bandeirantes...

Destaca-se neste momento a participação do governador do Estado que mais uma vez se faz notar por sua ausência naquele que seria o seu papel fundamental: Proteger a População Fluminense, esta realmente não tem Sido uma características de sua gestão. Via- de- regra, quando há alguma necessidade de intervenção deste governante em problemas que demandem a necessidade de alguma interlocução em favor da população este o faz na direção contrária, foi assim por ocasião da Super Via, Barcas S/A e agora em favor do Eike, este aliás, mais amigo do que a ética do cargo de governante permitiria.

Especula-se que novas pessoas serão recrutadas de diferentes partes do país e do mundo para ocuparem funções que poderiam ser realizadas por moradores da cidade, caso houvesse treinamento para estes moradores, porém aí diminuiria o lucro do mega empresário, esta parece ser a maior preocupação dos governantes; o Lucro do Eike.

Ainda não se falou em investimentos na área da Educação, Saúde e Saneamento, ou seja, fala-se muito em números, porém ainda não li sobre os números que serão investidos no desenvolvimento de áreas como Educação. Fica a pergunta: Quantas escolas temos hoje no município? Quantos leitos hospitalares? Ao final do momento de estruturação deste empreendimento como estarão estes números. Fala-se muito no enriquecimento do mega empresário, tentam criar a ilusão que o seu enriquecimento traria algumas vantagens aos normais, porém pouco se fala no aumento da capacidade do estado em gerar mais oportunidades educacionais, quantos professores seriam necessários após este investimento? Quantas pessoas precisariam de hospitais quando este complexo estiver instalado? Deste enriquecimento não ouvi nada. O enriquecimento que me atrai é o do município e não o deste ou daquele empresário, ao contrário, estes costumam ser prejudiciais à maioria da população. Infelizmente há que se indignar com este posicionamento de nossos governantes em se colocarem contrários aos anseios da sociedade.

Daí fica a pergunta: E a educação? A saúde? O Saneamento?

E o Governador?

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