10.5.11

Um pouco mais de Bandura.

Albert Bandura é um psicólogo canadense, nascido em 1925, fundador da teoria cognitivo-social, e um dos principais estudiosos dos processos da aprendizagem social.

As teorias de aprendizagem social tiveram origem no comportamentalismo (behaviorismo).

Poderíamos apontar na Aprendizagem social uma proximidade com a linha behaviorista de Skinner, porém enxerga o comportamento humano com um viés cognitivo. Enfatiza que o individuo modifica seu comportamento durante o seu relacionamento com o meio.

Entre o estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo, ou seja, ao contrário da linha behaviorista clássica, acredita que o ser humano é capaz de aprender comportamentos sem sofrer qualquer tipo de reforço.

Partilha o princípio de que as consequências do comportamento influenciam a repetição do mesmo. Diferem no aspecto em que processos cognitivos não diretamente observáveis, como expectativas, pensamentos e crenças, têm influência no comportamento.

Bandura defende que aprendemos ao observar os outros. A observação de modelos exteriores (pessoas, meios eletrônicos, livros) acelera mais a aprendizagem do que se esse comportamento tivesse de ser executado pelo “aprendiz”. Também se evita receber consequências negativas.

Bandura desenvolveu parte de seu trabalho, a partir de observações experimentais em crianças dos três aos seis anos que incidiam sobre a imitação. Na experiência um grupo de crianças observava um filme em que adultos a gritavam e agrediam de várias formas um boneco inflável, enquanto outro grupo não era submetido à visualização de qualquer filme.

Ao final desta experiência Bandura verificou que as crianças que tinham assistido ao filme apresentavam o dobro das respostas agressivas comparativamente ao segundo grupo, e que inventavam novas formas de agressão que não tinham sido observadas.



A aprendizagem por observação envolve quatro elementos:

1. Atenção. Existe uma seleção daquilo que prestamos atenção, o que é crucial para se aprender por observação. Essa seleção é feita em função das características do modelo (estatuto/prestígio, competência, valência afetiva), do observador e da atividade em si.

2. Retenção. A informação observada é codificada, traduzida e armazenada no nosso cérebro, com uma organização em padrões, em forma de imagens e construções verbais. Deve possuir o que se designa por prática coberta (ser capaz da repetição imagética ou preposicional de procedimentos que observou ou de regras) e do que se designa de prática comportamental (ser capaz da execução repetida e sistemática dos procedimentos que observou)

3. Reprodução. Consiste em traduzir as concepções simbólicas do comportamento armazenado na memória nas ações correspondentes. Pode haver dificuldades nessa tradução (ex. inabilidades físicas) e por isso, ao ensinarmos alguém, deve-se facilitar a execução correta.

4. Motivação e os Interesses. Bandura defende que a aquisição é um processo diferente da execução. Então para que um determinado comportamento aprendido seja executado, deve-se estar motivado para fazê-lo, o que pode ser alcançado através de incentivos. Experiências demonstram que um modelo de comportamento recompensado tem mais probabilidades de ser imitado pelos observadores do que um modelo cujas consequências não eram recompensadoras ou mesmo penalizadoras.

Tal como os comportamentalistas defendem, Bandura diz que as consequências ditam em boa escala o nosso comportamento. As ações que geram consequências positivas tendem a manter-se, enquanto as que geram negativas tendem a desaparecer.



Reforços:

1. Reforço direto em que o observador é reforçado ao reproduzir o que observou;

2. Reforço indireto ou reforço vicariante a aprendizagem ocorre pela observação dos comportamentos das outras pessoas e das consequências deles decorrentes. Os resultados observados no comportamento dos outros pode modificar o nosso comportamento da mesma forma que os resultados obtidos da experiência direta;

3. Auto-reforço em que é o sujeito que controlo os seus próprios reforços.

Também está dentro de sua teoria o determinismo recíproco, ou seja, tanto o mundo quanto o indivíduo causam efeitos um no outro. Publica em 1959 seu primeiro trabalho, 'Adolescent Agression'.












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