3.3.11

A melhoria na educação está diretamente associada ao enfrentamento das condições de favorecimento ao capital.

Unesco: Países estão longe de atingir compromissos para melhoria da educação

Brasília - O compromisso assumido por 164 países, entre eles o Brasil, para melhorar a qualidade da educação no mundo até 2015 está “longe de ser atingido”. É o que aponta o Relatório de Monitoramento Global de 2011 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), lançado nesta terça-feira.
O compromisso Educação para Todos (EPT) foi assinado em 2000 durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar, no Senegal. Ele estabelece seis objetivos que devem ser atingidos pelos signatários até 2015: 1) ampliar a educação para a primeira infância, 2) universalizar o acesso à educação básica, 3)garantir o atendimento de jovens em programas de aprendizagem, 4)reduzir em 50% as taxa de analfabetismo, 5) eliminar as disparidade de gênero no acesso ao ensino e 6) melhorar a qualidade da educação.
Faltou acordar que o enfrentamento à distribuição de renda, ao acúmulo de riquezas são condições, dentre outras propostas,  fundamentais para a execução destas metas. 
A Unesco criou um índice (Education For All Development Index – EFA) para medir o desempenho dos países em relação ao cumprimento das metas. Entre os 127 países avaliados por esse indicador, o Brasil está no grupo com resultado “mediano” e ocupa a 88° posição do ranking, mesma colocação do ano passado. E ainda temos uma população que se vangloria de sermos os melhores do mundo no futebol.
No topo da lista estão o Japão, o Reino Unido e a Noruega. Que notadamente não são os melhores do mundo no futebol, porém possuem uma população capaz de elaborar conceitos a cerca da utilização da água, o uso do espaço público, a coleta seletiva do lixo... Certamente, com um maior poder de compreensão e um certo poder de auto-regulação e criticidade que não encontraremos junto a maior massa de analfabetos do mundo. Convém ressaltar, que a referida condição de afastamento dos bancos escolares não é uma escolha, ou um desleixo como pensam a maioria das pessoas, tal situação é o desdobramento óbvio de um histórico de exclusão social, que criou uma escola com uma prática pedagógica que afasta os setores mais populares de seu interior. 
O Chile, o Uruguai e a Argentina são os latino-americanos que fazem parte da lista com alto índice.
De acordo com a Unesco, embora tenha havido progresso em muitas áreas, como a melhoria do bem-estar na primeira infância, o número de crianças fora da escola vem caindo muito lentamente.
“Em 2008, 67 milhões de crianças estavam fora da escola. O progresso em direção à universalização da escolarização está mais lento. Se as tendências atuais continuarem, pode haver mais crianças fora da escola em 2015 do que há hoje”, alerta a pesquisa. Quase metade dessa população está concentrada em apenas 15 países, entre eles o Brasil, que tem 700 mil crianças fora da escola segundo os dados da Unesco. Como a velocidade da inclusão desse grupo vem caindo, a organização estima que, caso a tendência se mantenha, em 2015 serão 72 milhões sem acesso ao ensino no mundo.
Sobre a redução do analfabetismo, os dados apontam que 17% da população mundial ainda estão nessa situação. O objetivo de reduzir em 50% o percentual de analfabetos em cada um dos países signatários não será atingido por uma parcela dos participantes, de acordo com a Unesco. Segundo o órgão, o fracasso é reflexo do “descaso de longa data para com a alfabetização nas políticas educacionais”.
Apenas dez países respondem por 72% do número total de adultos analfabetos, incluindo o Brasil, que ainda tem 14 milhões de pessoas maiores de 15 anos que que não sabem ler e escrever. Segundo a Unesco, o esforço para atacar o problema tem sido irregular nas diferentes regiões do mundo.
O relatório cita a redução de 2,8 milhões de analfabetos no Brasil entre 2000 e 2007, além do “forte progresso na alfabetização universal de adultos” verificado na China. Já na Índia, o número de analfabetos adultos aumentou em 11 milhões na primeira metade da década passada.
“A América Latina e o Caribe podem ser a exceção à regra de negligência. Desde o final da década de 90, programas de alfabetização de adultos na região foram beneficiados pelo momento de renovação política (…). No Brasil, o Programa Brasil Alfabetizado ofereceu cursos de alfabetização para 8 milhões de jovens e adultos que tiveram acesso limitado à educação formal”, destaca a organização.

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2 comentários:

  1. Ainda é pouco para O nosso país que vem conquistando prestígio internacional,o investimento em educação e no indice de analfabetismo precisa ser mais forte !

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  2. Professor Antonio, parabéns!
    Como sempre nos abrindo os olhos para a cara feia de nossa educação.

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