29.4.10

Da sére: DEU NA NET

Achei muito interessante e resolvi dividir...










BOLA DA VEZ( MONÓLOGO)-Tema: Educação

-Vinte anos de magistério! Uma baita experiência de pode, não pode! Deve, não deve!

Anos 80.
Discussão acirrada.
Na pauta, construtivismo!
A cartilha "Caminho Suave", criticada, rasgada, queimada; Violentada, banida!
Esse era o "clima".

Passam anos 90,
sem novidades, todos na luta pela adequação na nova onda.
Entramos no século XXI.
A discussão continua acirrada. E o professor?
Bom, o professor no fogo cruzado.
Fônico?
Não, silábico.
Tradicional?
Não, construtivista.
Híbrido?
Talvez, dizem que é a bola da vez.

E o livro didático? Usa ou não usa?
Não, não usa.
Mas o governo mandou!
Nesse caso, melhor usar.
Mas esse livro está muito além do que meu menino entende!
Trabalha com textos, cantigas, parlendas, listas, receitas, trava-línguas...
Trava- línguas? Não, isso não! Meu menino já se enrola demais.
Pega jornais, esqueça o livro didático.
Ótimo. E os livros aprovados pelo MEC? Baseados nos PCNS? Carimbados, enviados pelo governo?
Usa também.

Taí vou virar híbrido!
E o mimeógrafo? Usa ou não usa?
Não, não usa; chegaram os computadores.
Ah, que legal! Posso usar o computador?
Não, não pode.

Como não! Estamos na era da informática!
Mas a tinta está muito cara.
Nesse caso então, uso o mimeógrafo?
Usa.

E as carteiras da classe, como expor?
Arrume em círculos, forma de L ou em grupos.
Até isso! Posso escolher?
Não, não pode. Nada de menino olhando a nuca do outro menino.

Tá bom! Socorro! Não aguento a indisciplina! Meu menino não lê!
Forma dupla, um vai ajudar o outro.
Ótimo.

E a prova, aplica ou não aplica?
Não, não aplica, faça sondagem.
Sondagem?
Isso; acompanhe as fases do menino.
Certo, farei.

Socorro! Meu menino não sabe escrever!
Paciência. O problema pode estar na família.
Família?
Isso; abra a escola para a comunidade.
Legal, vamos abrir.

Socorro! Meu menino me chutou!
Cuidado; não coloque o menino em situação vexatória.
Mas o que faço?
É só um menino. Ele vai aprender que não deve chutar o professor.
Cuidado; não coloque o menino em situação vexatória.

Mas o que faço?
É só um menino. Ele vai aprender que não deve chutar o professor. Converse com a família.
Ta bom!! Socorro! Meu menino não mora com a família!
É assim mesmo, o conceito de família mudou. Esqueça a família.
E o menino? O que faço com meu menino?
Calma!! Não esquenta. Oferecemos cursos.

Cursos?
Isso mesmo. Letra e vida; Letramento; Profa; Pec; Teia do Saber...
Mas eu já fiz todos!!
Continue fazendo, leia os grandes educadores do momento.
Quem? Quais? Vigosk?, Piaget?, Emília Ferreiro? Paulo Freire? Telma Veiss? Já li todos, ou quase todos!!

Ah, legal! Continue lendo.
E meu menino, como fica?
Não se preocupe,este fará "Prova Brasil", "Prova São Paulo",Saresp, ? Prova cidade? Enem...vai melhorar, acredite na proposta "Ler e Escrever" é a bola da vez.

Mas que bola?

ESQUECE...VÁ DÁ AULA!
                                                       RENILDA DURAES VIANA MUND

6 comentários:

  1. Creio que agora tenha ficado mais simples...

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  2. Didática é a disciplina pedagógica de cárater prático que tem como objetivo a técnica de incentivar e orientar efizcamente os alunos na sua aprendizagem...

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  3. A educação em todos os graus de ensino tem sido questionada por não estimular nos alunos uma forma autônoma de pensar e de agir.O sistema educativo deveria se preocupar e oferecer experiências que promovessem o
    desenvolvimento da criatividade em todas as áreas de expressão, como forma de construção
    de conhecimento e de aprendizagem significativa. Apesar da aceitação do conceito de criatividade e do proliferação dos trabalhos nesta área, o processo educativo é insuficiente para desenvolver a criatividade e a educação formal não tem oportunizado o ensino do pensamento criativo. Em nosso
    entender o desconhecimento de características de personalidade dos alunos, da forma de agir e se expressar, de metodologias de ensino que estimulem formas de pensamento divergente e canalizem o agir para mudanças positivas também representam um obstáculo para o desenvolvimento do potencial criativo dos alunos.

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  4. O QUE FAZER PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO NO BRASIL? SERÁ QUE NOVOS MÉTODOS PEDAGÓGICOS RESOLVAM? OU MELHORAS NOS SALÁRIOS DOS PROFESSORES? OU TAMBÉM MUDANÇA NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES?
    O TEXTO BOLA DA VEZ, ABORDA A VERDADE DO ENSINO DO BRASIL, O QUE FAZER EM MEIO A TANTOS OBSTÁCULOS QUE O PROFESSOR TEM QUE PASSAR TODOS OS DIAS? ALGUNS PROFESSORES MUITAS VEZES FICAM SEM SABER O QUE FAZER. REPROVAR SERÁ A MELHOR ALTERNATIVA PARA O ALUNO DEFASADO COGNITIVAMENTE?
    A MUDANÇA É DIFÍCIL, MAS É POSSÍVEL.
    "CONSTRUIR PRÁTICAS EDUCACIONAIS QUE POSSAM AJUDAR OS/AS ALUNOS(AS) A CONTESTAR E AVALIAR AS CONVENÇÕES SOCIAIS, OS MODOS DE PENSAMENTO E AS RELAÇÕES DE PODER EXISTENTES". SEI QUE É UM TRABALHO ÁRDUO PARA O PROFESSOR, MAS SEI QUE NOSSOS ESFORÇOS PEDAGÓGICOS SÃO VÁLIDOS SE ELES PUDEREM, FAZER UMA PEQUENA DIFRENÇA NAS VIDAS DE UNS/UMAS ALUNOS.
    ADRIANA, UERJ.

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  5. Em pleno séc. XXI a educação continua esquecida pelas autoridades. E cada profissional da educação, tem que assumir o seu papel e não ficar passando "a bola" de um para o outro.
    A questão do processo de alfabetização, a cada ano que passa alguns profº passam "a bola" para o profº do ano seguinte.
    Agora,aprovar aluno sem ser alfabetizado, não pode continuar. O profº tem que vestir a "camisa" e procurar de várias formas de alfabetizá-lo.
    Cintia F.O.de Souza (UCB-Pedagogia)

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  6. Esse texto, faz com que nós educadores venhamos refletir, sobre "quem é a bola da vez?" Desculpem-me, mas todos nós somos a bola, onde o sistema é o jogador, tentando nos jogar (professores e alunos) de um lado para o outro, nos deixando perdidos e o que é pior, fazendo com que acreditemos que o problema está no aluno ou na família, que por sua vez acredita que o problema está com o professor. Precisamos deixar de ser "a bola da vez", e passar a ser a vez da bola que fará o gol, mas não um gol qualquer, o mais bonito: o gol de letra.
    Desculpem o trocadilho, mas se nós enquanto educadores não vestirmos a camisa e abraçar a causa de uma educação melhor para todos, continuaremos a ser "a bola da vez".
    Ione Pinheiro Vieira, 5º período de Pedagogia UCB - Realengo - Turma 12.

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